Vapor Trail – Parte 1

Stratospheric traces of our transitory flight
Trails of condensation held in narrow bands of white

A música tem acompanhado a história da humanidade desde tempos imemoriais. Um pequeno pedaço de madeira batendo num tronco ou pedra pode ter acompanhado nossos ancestrais em uma noite escura, ou usado como incentivo para afastar inimigos. Com o tempo e evolução da humanidade, os intrumentos musicais começaram a surgir, grosseiros a princípio, e mais refinados posteriormente, o que permitiu à Humanidade migrar do fundamento do ritmo para o fundamento da melodia e da harmonia. A música é a trilha sonora da história da Humanidade e, como tal, mexe com a emoção de todos nós.

Tanto isso é verdade que, se você ouvir uma determinada música na rádio – ou no Spotify – que há muito tempo você não ouvia e esta música de alguma forma marcou algum acontecimento no vôo transitório que é a sua vida, aquele determinado momento volta à sua memória, muitas vezes com as emoções da época. Pode ter sido a música que tocava quando você deu o seu primeiro beijo, outra música que tocava durante sua primeira viagem de avião, ou quando recebeu a notícia do falecimento de um amigo ou familiar. Pode até ser algo “besta”: toda vez que escuto Red Sector A, do Rush, me lembro de um dia em específico em que estava a caminho da faculdade num ônibus vazio – as aulas do dia haviam sido canceladas e eu não estava sabendo.

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O Medo Dentro de Nós

Hoje, estava escutando a música The Enemy Within, do Rush (que novidade!), e me lembrei que ela faz parte de uma Trilogia de quatro músicas (!?): Witch Hunt, do disco Moving PicturesThe Weapon, do álbum Signals; a própria The Enemy Within, do disco Grace Under Pressure; e, finalmente, Freeze, do disco Vapor Trails (preciso que vocês me cobrem mais para que eu escreva sobre esta música!).

Lembro-me de ter lido em algum lugar que Neil Peart, baterista e letrista do Rush, comentou sobre esta trilogia: que alguém certa vez disse a ele que o que move a Humanidade não é poder, não é dinheiro, não é a busca da felicidade, mas sim, o medo. E, ao analisar as pessoas à volta dele, ele começou a perceber que havia um fundo de razão nesta afirmação. Assim, ele decidiu escrever três músicas: como o medo trabalha dentro de nós (The Enemy Within), como o medo pode e é usado contra nós mesmo (The Weapon) e como o medo atua quando presente emuma multidão (Witch Hunt). Mais ou menos 20 anos depois, ele escreveu a quarta parte, Freeze, que fala sobre o momento de decisão, o momento em que decidimos fugir ou lutar.

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