Um fenômeno que deveria chamar a atenção é o fato das pessoas aceitarem as convenções relativas à compra de ouro, prata e similares. Veja como as pessoas se esforçam em adquirir metais preciosos que lhes dão segurança financeira. Isto se deve à bondade infinita do Criador. Pois estes metais em si de pouco servem, por exemplo, para o homem perdido num lugar deserto e com sede. O ouro e prata não poderiam curar nenhuma de suas feridas. É igualmente notável que os medicamentos sejam feitos mais de elementos ordinários do que de metais preciosos.

Bachia ibn Paquda, em Os Deveres do Coração

É incrível como a maior parte dos seres humanos foca única e exclusivamente naquilo que não quer, em vez de focar no que realmente interessa.

Não F*de, Yesod!

Pois como podemos pôr água numa taça que já está cheia até a borda?

O Zohar

שמע ישראל יהוה אלהינו יהוה אחד
Escuta, Israel! O Eterno é nosso D’us, o Eterno é um!

Devarim (Deuteronômio), 6:4.

Vinte e duas letras e dez números somam as trinta e duas vias do Sefer Yetzirah, quatro representam a Merkavah (…). É simples como um jogo de crianças e complicado como os mais árduos problemas das matemáticas superiores. É ingênuo e profundo como a verdade e a natureza.

Éliphas Lévi, em As Origens da Cabala

Aqueles que se permitem as transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente, os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, o que perdem medos, os que se libertam e os que rompem experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto forasteiros.

Nilton Bonder, em A Alma Imoral

Pois o Criador está presente para todos e mais próximo a todos do que a alma está do corpo, ainda que Ele não tenha imagem.

Eleazar de Worms

Um jovem rabino desabafou com seu mestre: “Durante as horas em que estudo me sinto cheio de vida e luz, mas logo que cesso meus estudos, este sentimento desaparece. O que devo fazer?”
Respondeu o rabino: “É tal qual um homem que vaga pela floresta em uma noite escura e parte do caminho é acompanhado por alguém que carrega consigo uma lanterna. Mas chega o momento em que seus caminhos se separam e ele deve seguir sozinho. Se tivesse sua própria lanterna, não precisaria temer a escuridão.”

Nilton Bonder, em A Cabala da Comida (citando Kotzker Maassiot)

Pausa… Mas Só Para Tomar Fôlego

Chegamos, com este artigo, ao sétimo texto do Não F*de Yesod. O número 7 é um número muito expressivo não apenas no judaísmo ou na Cabalah, mas, basicamente, em quase todos os aspectos da vida humana, começando por algo universal: a semana tem sete dias, independentemente da religião, crença, local onde se vive ou qualquer outro aspecto. De acordo com a Torah, o mundo foi criado em seis dias, e no sétimo D’us cessou toda a sua obra, o que levou à reflexão do sétimo dia, o conhecido Shabbat. Durante o Shabbat, qualquer esforço físico, mental ou criativo deve ser deixado de lado, para que se instale um profundo senso de respeito pela obra de D’us, nos colocando não na posição de “criadores”, mas sim na de servos dedicados para com a obra divina.

Por isso, o artigo de hoje será uma reflexão sobre o que foi discutido até o momento. Continue lendo “Pausa… Mas Só Para Tomar Fôlego”

Ao longo das eras e em diversos países surgiram variadas abordagens à Cabala. Em determinado lugar ela era praticada em termos puramente bíblicos, em outro foi estudada pela cosmologia, e num terceiro tendo como base a ciência dos números. Sua forma expressou-se em rituais, oração e contemplação, na evocação de anjos e no estudo do alfabeto hebraico, na pesquisa sobre a natureza da alma e o destino do homem. Todas essas abordagens são válidas, desde que levem à relação correta entre Homem, Mundo e Deus. Qualquer coisa menos que isso não passará de mera erudição ou magia.

Z’ev ben Shimon Halevi, em O Caminho da Cabala