D’us é Isto!

Trecho interessante de uma palestra proferida pelo Professor Daniel C. Matt, em 06/Março/2003:

Em que tipo de D’us podemos acreditar? A palavra hebraica emunah, “crença”, originalmente significava confiança, tanto humana quanto divina. Sem confiar em outra pessoa, não podemos amar; sem confiar nos outros, não podemos criar e sustentar comunidades. Mas como podemos confiar no Cosmo, ou neste D’us único?

Nós podemos confiar que somos parte de algo muito maior: uma vasta teia de existência, constantemente em expansão e evolução. Quando admiramos o céu noturno, podemos ponderar que nós somos feitos de elementos forjados dentro de estrelas, provenientes de partículas nascidas no big-bang. Nós podemos sentir que estamos olhando para o lugar de onde viemos. Quanto mais longe olhamos para o espaço, mais para o passado mergulhamos. Se vemos uma galáxia distante dez milhões de anos-luz, nós estamos observando esta galáxia como ela era há dez milhões de anos atrás: levou todo este tempo para que sua luz, agora envelhecida, chegasse aqui. Além de todas as estrelas que jamais identificaremos, além de qualquer quasar, jaz o horizonte do tempo-espaço, quatorze bilhões de anos-luz distante de nós. Mas nem D’us nem o big-bang está longe assim. O big-bang não aconteceu em algum lugar lá fora, fora de nós. Nós surgimos dentro do big-bang; e agora nós incorporamos sua energia primordial. O big-bang nunca cessou.

E sobre D’us? D’us não é um objeto ou um destino fixo. Não há um caminho definido para alcançar D’us. Mas, de novo, você não precisa alcançar algo que está em todos os lugares.D’us não está em algum lugar, escondido de nós. D’us está bem aqui, escondido de nós. Somos escravos de nossas rotinas. Correndo de evento a evento, de um dever a outro, nós raramente nos permitimos pausar e notas o esplendor bem à nossa frente. Nosso senso de maravilhamento murchou, vítima de nosso ritmo de vida.

Como, então, podemos encontrar D’us? Uma dica é dada por um dos muitos nomes da Shekinah, o aspecto feminino de D’us, a presença Divina. Na Cabalah, Ela é chamada oceano, poço, jardim, pomar de maçãs. Ela é também chamada zor, que significa, simplesmente, “isto”. D’us está bem aqui, neste exato momento, suave e inesperado, deixando-o surpreso.

D’us é isto.