Não Fode, Yesod!

No princípio, criou D’us.

Com estas palavras, inicia-se o livro mais lido de toda a história da humanidade. Não importa a sua religião – se é que você tem alguma – ou as suas crenças. Com certeza a sua vida foi ou é influenciada por alguma passagem deste livro sagrado. Estou falando da Torah, que significa Instrução ou Ensinamento em hebraico. Caso a sua formação não seja de origem judia – como é o meu próprio caso – você provavelmente conhece este livro como o Antigo Testamento da Bíblia, mais especificamente os primeiros cinco livros do Antigo Testamento.

Mais do que contar a história do povo escolhido, escravizado, libertado, subjugado, unido, conquistador ou humilhado, os ensinamentos da Torah, quando vistos sob uma face específica de um prisma muito especial, podem revelar mistérios ou conceitos tão modernos quanto a física quântica, o movimento dos astros no Universo, as teorias comportamentais de Jung, os conceitos biológicos de reprodução, hereditariedade e genoma, entre várias outras áreas de estudo que nós, seres humanos imperfeitos, mas pretensiosos o suficiente para acharmos que dominamos, apenas agora estamos conseguindo adquirir um entendimento pouco mais do que aceitável.

Mas, como já disse, estes segredos – será que realmente são segredos – só são revelados sob uma face específica de um prisma. E este prisma tem muitas faces. Aliás, faces demais, ao ponto em que torna-se fácil se perder no meio de tantos raios de luz sendo refletidos ou refratados. Basta olhar ao redor hoje para ver isto: pessoas, comunidades, até mesmo países alimentando guerras e disputas em nome da “verdade”. Mas esta verdade não passa de uma imagem gerada por uma das faces deste prisma. E este prisma é a própria Torah.

Já o que passa pelo prisma nada mais é do que uma luz, pura e perfeita, mas filtrada e refratada de acordo com o ângulo de incidência no prisma, até que esta luz sensibilize nossas retinas. Por isso, apesar da imutabilidade da origem, tanto o meio quanto o fim afetam o resultado final da trajetória de cada único raio de luz. Assim, a maneira como vemos o mundo, a Criação como um todo, independe da origem; depende apenas de nós mesmos e por qual face do prisma a luz incide e por qual face do prisma a luz sai.

Muitos iniciam guerras ou discussões, apenas porque estão segurando o prisma em uma face diferente. Podem até ter o coração puro, mas não têm o discernimento para saber que o prisma está posicionado de forma errada. Outros até têm o prisma precisamente colocado à sua frente… mas a sua visão de mundo, o seu ego – talvez como um óculos escuro – ocultam a luz. Assim nascem aqueles que se acham mais iluminados que a própria luz, e com isto arrebanham um sem número de “seguidores”, às vezes até mesmo turvando a luz.

Independentemente do caso, o que causa esta deturpação nao é a luz, nem o prisma. Tampouco é o observador, pois, em sua essência, cada um de nós é perfeito. O que causa esta deturpação é o EGO, esse egoísta egocêntrico, que bloqueia a nossa visão, que nos sabota, transformando potencial em desastre, e impede que vejamos aquela luz pura corretamente. Basicamente, é o óculos de sol chique e estiloso, que achamos que nos torna dignos e aptos a desfilarmos em uma passarela… Só que esses óculos ocultam tanto a luz que, mais cedo ou mais tarde, não conseguiremos ver o fim da passarela, e o tombo será feio.

Esse é o objetivo (ou não) deste blog: mostrar a existência deste par de óculos, o Ego, que, na Cabalah (o ângulo do prisma que utilizaremos neste caminho), mais especificamente no diagrama da Árvore da Vida, é representado por uma “esfera” chamada Yesod (do hebraico, Fundação).

Daí o nome do blog.

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