The Big Bang Theory – Parte 2

Após um bom tempo sem novos artigos aqui, devido à várias circunstâncias e acontecimentos, chegamos a um ponto que temos a tríade superior já definida, pelas três sefirot Keter, Hokmah e Binah, sendo que as duas primeiras foram bem exploradas. Iremos expandir agora a terceira sefirah, Binah.

A Vontade Divina, emanada por Keter, expandiu-se infinitamente em um único ponto, que é Hokmah, e toda esta Sabedoria, expandida ao infinito, acabou por se contrair infinitesimalmente, em uma centelha que pode, finalmente, prosseguir seu caminho na Criação. Esta contração extremada “cristalizou” a Sabedoria, transformando-a em entendimento, na sefirah chamada Binah (בנה).

Seguindo o exemplo do último artigo, em Hokmah temos toda a Sabedoria Divina, com toda a história e configuração de todos os possíveis universos. Esta Sabedoria vai se contraindo, se cristalizando, gerando o entendimento de um único momento na Criação, um único ponto, uma única partícula proveniente de toda a Sabedoria existente, como uma simples nota de um único instrumento dentro de todas as sinfonias existentes, escritas ou não. Mas, diferentemente de ser apenas uma nota musical de um instrumento específico, esta nota contém a referência à todas as sinfonias e seu “lugar” no meio de todas estas melodias. Esta simples nota tem, em si, todas as sinfonias existentes, mas ainda assim, é apenas uma nota musical. É a gota de chuva, que tem o potencial de ser toda a água do planeta, seja na forma de vapor, chuva, mar ou rio; é o grão de arroz, que tem em si o potencial de se tornar todo o arroz do mundo. Enfim, para chegar no ponto definitivo, este ponto único tem o potencial de se tornar um Universo completo.

Se a Vontade Divina concentrada em Binah irá se tornar o nosso Universo ou não dependerá de um ponto de decisão, chamado Da’at, que veremos no próximo artigo. Por enquanto, vamos explorar mais esta tríade superior.

Para trazer algo mais palpável para o nosso entendimento, tomemos o caso da reprodução dos seres humanos: a responsabilidade de se gerar uma nova vida deveria vir acompanhada de uma vontade divina, pura, emanada pelo amor que o pai sente pela mãe, e vice-versa. Isto propicia que a energia que fluirá através de Keter seja uma energia mais propícia a esta empreitada, em um nível mais sutil. No nível físico, basta a atração – que não deixa de ser uma expressão da Vontade Divina, corroborada pelo mandamento crescei e multiplicai-vos – agir, que os corpos se unem. Este momento é Keter, no plano físico.

Durante o ato sexual, ocorre, através do masculino, a ejaculação: milhões de espermatozóides são lançados, numa explosão de energia, uma expansão desenfreada, mas que logo é contida e comprimida a um único ponto: o óvulo feminino. A explosão corresponde à Hokmah, impulsiva, contendo todas as infinitas possibilidades provenientes da diversidade do genoma humano, onde cada espermatozóide pode conter uma possibilidade diversa da dos demais. Esta explosão precisa ser contraída, quando um espermatozóide penetra em um único óvulo. Isto é Binah, a contração máxima. Note que, aqui, ainda não há a certeza da continuidade do processo, que pode não prosseguir, ou ser interrompido posteriormente.

Exatamente por causa deste paralelo, Hokmah também é chamada Pai, e Binah, Mãe. A coluna cujo “topo” é Hokmah normalmente é chamada coluna da expansão ou coluna masculina, e a coluna de Binah é chamada coluna da contração ou coluna feminina. E é fundamental perceber que quando há apenas uma das colunas a vida não prossegue, a Criação não se realiza. Ambas as colunas devem conviver em harmonia, para que a Vontade Divina possa se manifestar em nosso mundo.

Quando o masculino e o feminino se unem em perfeita harmonia, tudo é possível.