Um Novo Mundo, ou Um Novo Homem?

Depois de quase quatro anos desde meu último texto aqui, que repercutiu pessoalmente entre as pessoas mais próximas de mim, mas principalmente dentro de mim mesmo, acho que finalmente chegou a hora de escrever um novo artigo, desta vez bem mais leve do que o anterior mas que de alguma forma acaba complementando uma visão que tenho de mim mesmo perante o mundo – e que mundo é este, não é?

Mudanças vêm o tempo todo, novas revelações são trazidas à tona para nossas consciências quando estamos prontos, e mesmo que uma pandemia faça com que todos percamos um pouco – ou muito – o aspecto da socialização e depois tenhamos que nos readaptar e ressocializar, ainda somos seres humanos. Evoluir de forma a deixar para trás o que nos puxa para baixo e olhar para o futuro com brilho nos olhos é, na minha opinião, algo que todos devemos almejar. É um equilíbrio constante entre o que fomos e o que gostaríamos de ser, mas não conseguimos – pelo menos por enquanto.

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O Espírito do Rádio

O fim da década de 1970 e início da década de 1980 foi bastante prolífico, com a popularização em escala inimaginável das rádios e outros meios de difusão musical. Olhando para o rock’n’roll, temos alguns exemplos muito claros como Rock and Roll Radio e We Want the Airwaves da banda The Ramones, Radio Ga-Ga da banda Queen, FM do Steely Dan, On The Radio da Donna Summer, Capital Radio da banda britânica The Clash, entre muitas outras. A maioria destas músicas são atemporais, ou seja, continuam ressoando até os dias atuais. Enquanto algumas passam a mensagem que as rádios mudaram, se tornando mais comerciais, outras emulam uma ou outra estação de rádio.

Mas, na opinião deste autor, nenhuma traduziu tudo isso e muito mais em uma verdadeira experiência radialista do que a música The Spirit Of Radio, da banda Rush, cujo álbum – Permanent Waves – teve um relançamento comemorativo de 40 anos. Abaixo o vídeo oficial do clip da música:

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Rush: Meu Porto Seguro

A splendid mirage in this desolation…

Muitos de meus amigos, e até mesmo familiares, não entendem o motivo pelo qual sou completamente vidrado pela banda canadense Rush. E não será em um post em um blog que conseguirei expor o que duas décadas de vivências e experiências com Alex “Lerxst” Lifeson, Geddy “Dirk” Lee e Neil “The Professor” Peart proporcionaram. Mas, devido ao lançamento iminente de mais um CD, chamado Clockwork Angels (que já ouvi!), de uma das bandas de maior sucesso (e, ouso afirmar, com a maior base de fãs) no mundo, nada melhor do que comemorar com um pequeno texto.

Hoje em dia, vivemos em um mundo em que a velocidade das coisas em geral é muito alta. Os bebês usam iPads, meninas de 10 anos saem para namorar, “sucessos” (?!?) musicais surgem e desaparecem mais rápido do que um piscar de olhos, e a fama é algo muito volátil. Ao mesmo tempo, conceitos como a família, amizade, honra, dedicação são muitas vezes deixados de lado em benefício (ou malefício) do lucro, às vezes inescrupuloso. Corrupção, tramas políticas, crises econômicas, crises ambientais, tudo isso tem se tornado uma constante em nossa sociedade atualmente.

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O Medo Dentro de Nós

Hoje, estava escutando a música The Enemy Within, do Rush (que novidade!), e me lembrei que ela faz parte de uma Trilogia de quatro músicas (!?): Witch Hunt, do disco Moving PicturesThe Weapon, do álbum Signals; a própria The Enemy Within, do disco Grace Under Pressure; e, finalmente, Freeze, do disco Vapor Trails (preciso que vocês me cobrem mais para que eu escreva sobre esta música!).

Lembro-me de ter lido em algum lugar que Neil Peart, baterista e letrista do Rush, comentou sobre esta trilogia: que alguém certa vez disse a ele que o que move a Humanidade não é poder, não é dinheiro, não é a busca da felicidade, mas sim, o medo. E, ao analisar as pessoas à volta dele, ele começou a perceber que havia um fundo de razão nesta afirmação. Assim, ele decidiu escrever três músicas: como o medo trabalha dentro de nós (The Enemy Within), como o medo pode e é usado contra nós mesmo (The Weapon) e como o medo atua quando presente emuma multidão (Witch Hunt). Mais ou menos 20 anos depois, ele escreveu a quarta parte, Freeze, que fala sobre o momento de decisão, o momento em que decidimos fugir ou lutar.

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Beneficência

Hoje de manhã, estava me dirigindo ao trabalho, e no som do carro estava tocando uma música – adivinhem – do Rush: Territories, do álbum Power Windows. Talvez por fazer um tempo já que não escutava esta música, procurei prestar mais atenção à letra. E, de repente, um tapa na cara:

Don’t feed the people,
But we feed the machines

Isto foi escrito em 1985, em um país de primeiro mundo – Canadá -, porém, é uma situação mais atual do que nunca. Vamos dividir a frase acima em duas partes, para analisar melhor este conteúdo.

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O Poder da Música

Pense na música que você mais gosta. Pense agora. Não se preocupe com qual música seja, apenas pense, já que estou pensando na minha neste momento. OK, como você se sentiu? Tenho a certeza que você deve ter se sentido bem, ao lembrar do ritmo, do volume, das frequências, do conjunto que, de alguma forma, está ligado a você.

Este é o poder da música.

Para não ser bairrista, não vou considerar as músicas com letras, apenas as instrumentais. Aliás, esta é uma das características para se saber se um grupo musical é bom: se o grupo é capaz de fazer músicas instrumentais, sem letras, e ainda assim, a música te toca de alguma forma, é por que o grupo é bom. É por isso que não considero os grupos brasileiros como sendo grupos musicais: tente imaginar um pagode, sertanejo, axé ou até mesmo MPB, sem uma letra, sem alguém cantando. Conseguiu?

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Por que Estou Aqui?

Na música Roll The Bones, do Rush, uma pergunta ecoa ao longo de todo o refrão: Why are we here? Por que estamos aqui? Acredito que esta é uma pergunta que muitos de nós fazemos ao longo de nossas vidas, até mesmo de forma constante. Porém, à medida em que evoluímos em um caminho, é uma tendência natural que esta pergunta nos seja apresentada de forma mais constante, ou até mesmo de forma mais pungente.

Ao longo destas duas últimas semanas, fui, juntamente com alguns outros amigos, confrontado com esta pergunta, de uma forma como jamais fui confrontado anteriormente. Um grande amigo e mestre nos perguntou o real motivo de estarmos aqui e o real motivo de querermos as coisas que queremos. E, pela primeira vez, notei que eu não estava me escondendo em respostas vagas ou desculpas esfarrapadas. Eu simplesmente não sabia o “por que”.

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Violência Urbana

Muitos amigos meus (não todos, claro) me criticam às vezes por eu ser tão seletivo em relação às músicas que escuto, ou até mesmo ao fato de eu simplesmente não ouvir rádio. Já foram tantas e tantas vezes que ouvi críticas sobre isso que, ultimamente, fico simplesmente quieto. Gosto é gosto, e não se discute.

Mas hoje de manhã, durante a minha rotineira falta de rotina (a qual envolve, por exemplo, nunca colocar o despertador para tocar no mesmo horário por dois dias seguidos, entre outras coisinhas mais), coloquei o celular para tocar uma música, aleatória. A música que tocou foi A Farewell To Kings, do Rush (grande novidade essa, eu estar escutando Rush).

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Everyday People

Já há algum tempo, venho pensando em escrever um post sobre Rush. As pessoas que me conhecem sabem que, para mim, o trio canadense formado por Alex Lifeson, Geddy Lee e Neil Peart são mais que uma fonte musical: são inspiração de vida. Eu até costumo dizer (alguma pessoas pensam que é brincadeira) que Rush é minha religião, já que religião (do latim religare) é algo que une a criatura ao Criador.

Desde que fui apresentado à música, Rush tem sido a única constante em minha vida: entrei para a faculdade, saí da faculdade, namorei, casei, tive uma filha, comecei um mestrado, interrompi o mestrado, comecei a trabalhar, mudei de área, tive um filho, mudei de cidade, viajei para fora, voltei, me separei… em todo este tempo, em cada momento da minha vida, as músicas do Rush estiveram presentes, marcando cada passo e compasso de minha vida, moldando quem sou e quem não sou. Enfrentei junto com os três integrantes o grande hiato de 5 anos causado pelas tragédias pessoais do Neil, e chorei a cada momento de alegria ou tristeza.

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